sexta-feira, 26 de junho de 2009

E assim começo do fim...

Ficou uma ausencia de lombo nos bastos... E um pingo picasso sem motivos para amadrinhar...




Casinha 29/01/09 Lua Nova

...Era pra ta loko de facero de novo bate uma chuvarada linda la fora:De novo voltou a correr o sangue da terra nas suas veias expostas em forma de sanga;de novo volta o brilho p'ra os olhos verdes do campo. Mas os meus se quedan parados, tristes, longes... Hoje fomos cortar o tendão de uma potrinha, que a mais ou menos uma semana quando voltamos do rodeio, encontramos com um corte de arame que pelou do joelho ao casco toda carne e ficou só no osso, com um tendão dependurado.Mas a operação campeira num fundo de campo se foi mal,e não houve o que nós fizesse pra estancar o sangue... Quando a noite caíu a potra rosilha prateada que chamamos de dama de ouro, pela sua beleza infinda.Estava em pé pastando, mas o sangue ainda pingava. Sentei aqui na frente dos mistérios rubros da corunilha a queimar, me sentindo impotente a lei divina, vago, parado, por horas como se fosse meu próprio sangue que se esvaisse aos poucos. Será que Nsa Senhora vai me cobrar tão caro pela chuva derramada. Porque estes campos tem tanta sede de pingos?Será que é o preço pra viver num paraíso tão lindo. Devo aos cavalos meu carinho, minha atenção e dedicação meus parceiros desde que eu era guri.


30/01/09

...Noite potra maleva que me rouba o sono, parou o barulinho da chuva na telha de barro que pelo menos me distraia o ouvido.Maldito silêncio se assentou por aqui, eu que gosto tanto de silêncio e quietude;mas hoje não presisava, porque a imagem da pata da potra só no osso correndo sangue, roubando aos poucos a essência da vida me ronda os pensamentos...E as horas vão passando aguniantes, ja vim me deitar mais de meia noite, me perdi em pensares mateando na frente das labaredas...De vez enquando trovoadas cortam o silêncio...Um estrondo, curto e seco desaba na minha audição, dessa vez não vem dos céus, mas do piquete do lado do quarto.Um estampido derradeiro, quando da força de um bagual se extraí a última gota de sangue. Mais uma que ja imaginava moldada nos bastos roubastes de mim

3 comentários:

  1. Teu diário é o campo na pura essencia e inocencia. Na maior pureza q há nos olhos de quem, realmente, lava a alma lavando a erva.
    Sempre admirei muito o teu diário, tuas escritas, teus olhos - de dentro pra fora. Da noite, da chuva, da potra, do sentimento, da lágrima, que por muito pouco não caiu, do tatu e da canha...
    É o campo na ponta da caneta.
    Forte abraço.. IRMÃO!

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  2. São este sentimento que brotão da nossa alma, que nos fazem viver, sentimentos de amor ao próximo, de nos colocar no cerne do outro, buscando nossa própria razão de viver.
    São singelos momentos que buscamos nos encontrarmos para ajudar a quem sofre embora ñ sabendo explicar sabemos que um silencio nos relata tudo e que uma olhada nos causa um arrepio na alma.
    Quando se topamos com o inevitável tentamos buscar a cura que por muitas vezes nos mostra que somos mais frágeis do que parecemos e ñ conseguimos salvar.
    Muito homes se jugão melhores que os animais, mas são capazes de fazer crueldades, que os animais não cometem, Muitas pessoas usão de falsidade, invejas, para conseguirem tudo que querem sem se importar com os outros, assim trocando o sentido de se acharem tão evoluídos.
    Ainda bem que ainda hay pessoas que trazem valores consigo que ES teu caso.

    Assim lavando a erva impeçando dias e dias os sentimentos de verdadeiros homes se eternizam.
    Abraço Amigo viejo

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  3. Gracias pelos saludos destes que realmente entendem o que digo...

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